- Área: 35000 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Hugo Santos Silva
Descrição enviada pela equipe de projeto. Até à primeira metade do século vinte, a área onde se situava o parque de estacionamento Fonte Nova era uma zona rural de quintas de produção agrícola. Os terrenos eram férteis, devido à proximidade da Ribeira de Alcântara e a água era abundante. A presença de água e de fontes conferiu o nome ao local. Esta área era atravessada pela Estrada de Benfica, um eixo de grande importância na relação de Lisboa. Na década de sessenta do século vinte, com a construção da Segunda Circular de Lisboa e do viaduto sobre a Estrada de Benfica, esta zona sofreu uma profunda alteração.
As quintas foram destruídas, os eixos viários e pedonais existentes foram interrompidos, e a área foi sucessivamente ocupada por um parque de estacionamento informal que acabou por cobrir toda a sua extensão. Esta situação provisória manteve-se por quase cinquenta anos. Em 2015 a Câmara Municipal de Lisboa lançou o programa “Uma Praça em Cada Bairro” procurando melhorar o espaço público em vários bairros da cidade. Definiu-se uma área de intervenção de 3,5 hectares. Como estratégia criou-se uma grande superfície de pavimento que procura restabelecer uma unidade que foi fragmentada com a construção do viaduto.
Verificou-se a oportunidade de reduzir a área de estacionamento em cerca de 50% em benefício da mobilidade pedonal e de espaços de estadia. A construção da praça tira partido do coberto arbóreo existente de Tipuanas-tipu, conservando, mantendo e dignificando todos os exemplares e plantando novos, de modo a produzir um ambiente qualificado pelas sombras das árvores. Todo o pavimento da praça é em betão. No seu interior criam-se zonas de estadia e lazer em pontos específicos através de” ilhas” que pontuam o espaço. Estas “ilhas” contêm programas de caráter específico que apoiam as áreas de estadia: quiosques com esplanadas, uma fonte, um parque infantil e um parque canino e jardins. As “ilhas” são delimitadas por bancos contínuos em todo o seu perímetro.
Os bancos de troços retos e curvos são pré-fabricados e definidos por 4 módulos distintos, um módulo reto de comprimento, um módulo curvo e dois módulos de bancos individuais com 2 inclinações de costas distintas. A área da praça sob o viaduto, iluminada durante a noite, permite uma utilização durante 24 horas por dia para diferentes atividades ao abrigo do sol e da chuva. Pretende-se que a praça e o espaço público permitam uma apreensão fácil para todas as idades e que os seus materiais sejam resistentes e de fácil manutenção. Procura-se um ambiente informal, um usufruto ativo ou contemplativo. Utilizam-se materiais genéricos da cidade, adequados a cada situação. Foi possível a reutilização de pavimentos em calçada de vidraço existentes na zona nos anos sessenta.
Redefiniram-se os perfis de via e de passeio. Sistematizou-se o troço da rede de transporte público, em expansão e ordenou-se o transito em transporte individual. Procedeu-se a um alargamento dos passeios, garantindo-se mais segurança e conforto para o peão e uma mobilidade universal. Integrou-se uma pista ciclável que articula com a rede a norte a sul da praça possibilitando a mobilidade suave de carácter lúdico e funcional. Para a iluminação durante os períodos noturnos, foi instalado um novo sistema de iluminação pública, em LED, que direciona a luz para o pavimento com uma tonalidade quente e para a copa das árvores com uma tonalidade fria.